sábado, 28 de janeiro de 2012

licença poética gravídica


Imaginou: "Se eu pudesse salvar Júlia dobrando a minha dor, seria capaz? Sim, seria."
...
"O cotovelo! caíra de joelhos, quase paralisado, protegendo com a mão o cotovelo atingido. Tudo explodira numa luz amarela. Inconcebível, inconcebível que um só golpe produzisse tamanha dor! O amarelo se foi e ele pôde enxergar os dois a contemplá-lo. O guarda ria-se das suas contorções. Ao menos uma dúvida fora esclarecida. Nunca, por nenhuma razão, se poderia desejar que a dor aumentasse. Da dor, só se podia desejar uma coisa, que parasse. Nada no mundo era tão horrível como a dor física. Em face da dor não há heróis, não há heróis, ele pensou e tornou a pensar, torcendo-se no chão, segurando à toa o braço esquerdo invalidado."


Essa passagem de "1984" eu uso, dramaticamente talvez, para ilustrar meus episódios de enxaqueca no início da gravidez. ;)

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